O remente diz estar assentado em Londres e confessa não querer falar sobre uma volta ao Brasil. Afirma desejar saber como estão as coisas em Brasília. Menciona ter falado com Paulo Emílio [Salles Gomes] antes de viajar. Declara ter levado Marimbás para Londres e sugere que seu curta-metragem seja levado para Brasília para a avaliação dos alunos. Faz autocrítica sobre Marimbás. Critica “integração racial”, de [Paulo César] Saraceni. Afirma que León [Hirzsman] e Geraldo [Sarno] são os protótipos daquilo que o cinema brasileiro precisa. Alerta para o perigo do cinema comprometido. Diz ter conversado sobre isso com [Maurice] Capovilla, Geraldo [Sarno], [Octávio] Ianni, Alex [Viany] etc. – a falta de rigor do cinema comprometido. Discorre sobre uma pesquisa de opinião pública acerca do cinema brasileiro, da qual estão encarregados o [Francisco?] Ramalho [Jr.?] e o [Octávio] Ianni, com ajuda do Geraldo [Sarno] e do Roberto Santos. Solicita colaboração do pessoal de Brasília. Diz desejar conhecer melhor o currículo de Brasília, que lhe pareceu pouco prático.
Carta
AVHCOR0011
Carta de Vladimir Herzog para Jean-Claude Bernardet e Lucila Ribeiro Bernardet, 7 ago. 1965
Vlado
Londres
7 ago. 1965
2
Alex Viany
Carl Theodor Dreyer
Ernest Lindgren
Geraldo Sarno
Leon Hirzsman
Luis Buñuel
Maurice Capovilla
Nelson Pereira dos Santos
Octávio Ianni
Orson Welles
Paulo César Saraceni
Paulo Emílio Salles Gomes
Roberto Santos