Geraldo Sarno (1938 - Poções, Bahia): Roteirista e diretor de cinema, conhecido por abordar temas como o movimento migratório nordestino e a cultura popular. Na infância, frequentou as três salas de cinema de sua cidade, com amigos, inclusive Glauber Rocha, com quem colecionava fotogramas e fazia projeções em casa.

Devido à sua participação no Centro Popular de Cultura (CPC), a União Nacional dos Estudantes (UNE) o indicou para ir a Cuba em 1962, onde estudou cinema. Em 1964, vinculou-se a nomes do cinema como Vladimir Herzog, Thomas Farkas, Maurice Capovilla e Roberto Santos.

Seus primeiros filmes, Viramundo (1965) e Auto da vitória (1966), o inspiraram a trabalhar temas da cultura popular do sertão nordestino, em trabalhos como Os imaginários (1970) e O engenho (1970), sob produção de Thomas Farkas. Nos anos 1970, a reflexão desses chamados filmes-verbetes se estendeu à cultura negra do litoral, com Iaô (1976), e à ficção, com Coronel Delmiro Gouveia (1978). A partir dos anos 1990, ministrou cursos de cinema e realizou a série de documentários A linguagem do cinema (1997-2001).

Publicou Glauber Rocha e o cinema latino-americano (1994) e Cadernos do sertão (2006). Em 2008, o filme Tudo isto me parece um sonho lhe rendeu o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília.

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