Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 1931): Sociólogo, professor universitário e político, foi o 34º presidente do Brasil, por dois mandatos (1995-2002).

Nascido no Rio, mudou-se com a família para São Paulo, onde se licenciou em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1952. Casou-se em 1953 com a antropóloga e sua colega de faculdade Ruth Corrêa Leite (1930-2008), com quem teve três filhos. Em 1961, doutorou-se em Sociologia pela USP; em 1963, tornou-se livre-docente pela mesma universidade e, mais tarde, professor emérito. Cursou também pós-graduação no Laboratoire de Sociologie Industrielle, na Universidade de Paris. Trabalhou como professor em universidades de diversos países, como Chile, Estados Unidos, França, Inglaterra.

Perseguido depois do golpe militar de 1964, exilou-se no Chile e na França e retornou ao Brasil em 1968. Tornou-se professor de Ciências Políticas na USP, tendo sido, em poucos meses, aposentado em consequência do Ato Institucional n. 5 (AI-5). Com outros pesquisadores cassados, fundou o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), núcleo de pesquisa e reflexão sobre a realidade brasileira.

Em 1974, coordenou a elaboração da plataforma eleitoral do Movimento Democrático Brasileiro, MDB, partido de oposição ao regime. Quatro anos depois, foi eleito como suplente de Franco Montoro no Senado Federal, tendo assumido a cadeira em 1983. Participou da campanha das Diretas Já e se reelegeu senador em 1986; foi um dos relatores da Constituinte de 1988. Um dos principais líderes do PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ajudou a fundar o PSDB, Partido da Social Democracia Brasileira, em 1988, junto com outros dissidentes do PMDB.

Em 1992, depois do impeachment de Fernando Collor, foi nomeado por Itamar Franco ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda, cargo em que chefiou a elaboração do Plano Real. Foi eleito Presidente da República no primeiro turno da eleição de 1994 e reeleito em 1998.

Listam-se aqui alguns dos mais de quarenta livros que publicou, 22 de sua autoria e os demais em coautoria: Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul (1962; 5 ed., 2003); Empresário industrial e desenvolvimento econômico no Brasil (1964); Cuestiones de sociología del desarrollo en América Latina (1968); Mudanças sociais na América Latina (1969); Política e desenvolvimento em sociedades dependentes: ideologias do empresariado industrial argentino e brasileiro (1971); O modelo político brasileiro e outros ensaios (1972); Autoritarismo e democratização (1975); As ideias e seu lugar: ensaios sobre as teorias do desenvolvimento (1980); A democracia necessária (1985); A construção da democracia: estudos sobre política (1993); Mãos à obra, Brasil. Proposta de governo (1994); Cartas a um jovem político: para construir um país melhor (2006); Xadrez internacional e social-democracia (2010); Pensadores que inventaram o Brasil (2013); Diários da presidência: 1995-1996; 1997-1998; 1999-2000 (2015; 2016; 2017).

Seus discursos de presidente da República foram reunidos nos dezesseis volumes de Palavra do presidente (2002). Publicou artigos em periódicos de vários países e, no Brasil, colaborou nas revistas Anhembi, Brasiliense, Novos Estudos Cebrap e Revista USP, entre outras. Hoje preside a Fundação Fernando Henrique Cardoso, https://fundacaofhc.org.br/.


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Cartas (2)

1
Carta de Vladimir Herzog para Fernando Henrique Cardoso, 19 maio 1965

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Carta de Vladimir Herzog para Tamás Szmrecsányi, 4 out. 1965

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Decretos (1)

1
Decreto presidencial No. 2.255, de 16 de junho de 1997

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