Arne Edvard Sucksdorff (Estocolmo, Suécia, 1917 – 2001): Cineasta especializado em documentários, escritor, editor, fotógrafo e diretor de todos os seus filmes. Estudou Arte e Fotografia em Berlim nos anos 1930 e, de volta à Suécia, iniciou sua carreira com curta-metragens sobre a natureza e os animais, como Um conto de verão (1941). Dirigindo o foco para a cidade, em 1949 recebeu o Oscar de melhor curta-metragem com Ritmos da cidade. Em 1953 fez uma incursão na literatura, lançando O amanhecer; no ano seguinte publicou o livro A grande aventura. Também em 1954 o filme com esse título, seu primeiro longa-metragem, lhe rendeu a Palma de Ouro de Cannes. Viveu mais de trinta anos no Brasil, tendo vindo ao país em 1962, em projeto desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a fim de dar um curso de cinema durante cinco meses e formar cineastas na nova tecnologia de captação de som direto. Foram seus alunos, entre outros, Vlado, Lucila Ribeiro Bernardet, Eduardo Escorel, Joaquim Pedro de Andrade, Luiz Carlos Saldanha, Antônio Carlos da Fontoura, José Wilker e Flávio Migliaccio; Arnaldo Jabor foi seu intérprete nas aulas. Equipamentos trazidos por Sucksdorff foram utilizados em longas como Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, Maioria absoluta, de Leon Hirszman, e Terra em transe, de Glauber Rocha. No Brasil, Sucksdorff realizou, entre 1965 e 1966, Fábula (em português) ou Meu lar é Copacabana (nas versões em inglês e sueco), história de quatro crianças que viviam entre o morro da Babilônia e Copacabana. Tornou-se ativista político e lutou pela proteção da floresta tropical e pelos direitos das crianças. Em 1968 resolveu conhecer e fotografar o Pantanal Mato-Grossense; tornou-se cidadão de Cuiabá, casou-se com a cuiabana Maria Graça de Jesus em 1970 e tiveram dois filhos.