Paulo Markun, em Meu querido Vlado, sugere que Vladimir Herzog já planejava um documentário sobre Canudos e Antônio Conselheiro desde o Seminário Arne Sucksdorff, em 1963 (p. 31). É, no entanto, somente em 1975, tendo deixado a TV Cultura e estando de saída da revista Visão, que o projeto começa a se encorpar. Em fevereiro, Herzog viaja à região de Canudos, de onde traz mais de duas centenas de fotografias dos aspectos físicos e humanos dos lugares por onde passou. Além disso, ele esboçou um misto de notas de pesquisa, argumento e roteiro para o documentário. João Batista de Andrade conta que, mais ou menos nessa mesma época, Vladimir Herzog propôs associar-se à sua produtora, pensando na realização do filme e em seu futuro profissional. Batista se opõe à sociedade, mas concorda que uma vez roteirizado o filme poderia ser produzido por sua empresa.
MARKUN, Paulo. Meu querido Vlado: a história de Vladimir Herzog e do sonho de uma geração. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.